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fevereiro 25, 2014

CÍCLAMES (em canteiros)

Top of FormBottom of FormComo cuidar de um ciclaameCCComo cuidar de um Cíclame
A planta Cíclame própria do tempo frio, resiste de forma magnífica em locais sombrios onde outras plantas não conseguem sobreviver. Mas é necessário conhecer um ou dois segredos que farão com que os seus Cíclames cresçam e floresçam no jardim ou dentro de casa, de forma continuada e sem grandes preocupações. É mesmo uma planta fácil de manter, embora quase toda a gente deite o vaso fora no fim da estação, o que é no mínimo um desperdício de dinheiro, convenhamos!
Cíclame em plena floração
Variedades de Cíclames

Há Cíclames que se adaptam bem em canteiros de jardins, como os neopolitanum, e outros que se dão melhor dentro de casa, sobretudo se o clima exterior for muito frio. As regras para cuidar destes dois tipos de Cíclame são porém as mesmas, que passamos a detalhar. O Cíclame do tipo neopolitanum ou Cíclame cuja folha tem a forma de um coração, floresce no outono, reproduz-se continuadamente de ano para ano e por essa razão pode ficar no solo sem que seja necessário interferir na sua reprodução, para além de alguns cuidados que adiante referiremos. Os Cíclames multiplicam-se muito rapidamente e podem ser criados dentro de casa também, em recipiente adequado e neste caso, haverá que separar as plantas no fim da estação.

Como separar Cíclames para propagar novas plantas

Como referido, é possível deixar a planta no jardim e ela multiplicar-se-á durante anos com muita facilidade alargando a sua base, bastando para isso eliminar regularmente as flores e folhas que vão murchando. Quando a planta já está suficientemente grande, com uma pá bem limpa, corta-se pelo meio o ajuntamento das folhas, de cima para baixo, até separar a base em duas plantas distintas. É necessário fazê-lo com o maior cuidado para não danificar demasiado a planta original, separe abanando ligeiramente enquanto aprofunda o corte, para que as raízes se vão separando sem danos demasiados.

Cíclame neopolitanum
Cíclames em Lisboa, na Avª. da Liberdade
Nas zonas mais temperadas é possível deixar qualquer tipo de Cíclame no jardim, durante todo o ano, se bem que durante parte substancial do tempo eles desapareçam da vista sem dar sinal de vida. Continuam porém a desenvolver-se a partir do bolbo/tubérculo[1] que se encontra enterrado, nutrindo-o e preparando-o para a próxima estação. Se preferir, pode trazer a planta para dentro de casa num vaso, sobretudo nas regiões onde há mais frio e geada, e mantê-lo com folhas todo o ano, cuidando da planta como se de uma perene se tratasse. Nesse meio tempo o bolbo dividir-se-á em bolbos mais pequenos e cada um desses bolbos prepara-se para dar folhas e mais flores no tempo próprio, ou seja no outono e início do inverno. Desde que exista uma folha a brotar de um bolbo, este continuará a crescer e a multiplicar-se. Tratados desta maneira torna-se muito fácil criar e desenvolver várias plantas de Cíclame, no jardim ou dentro de casa.

Se a planta estiver num vaso independentemente do local, há que manter o solo mais para o seco do que húmido. Uma regra muito útil é esperar que o solo seque um pouco à superfície antes de regar de novo. Retire as folhas velhas e amareladas, corte-as logo que vê que a planta está a preparar-se para um período de descanso, mas enquanto as folhas tiverem bom aspeto e estiverem verdes, com novos brotos a rebentar com facilidade, mantenha-a perto da luz, e continue a aplicar os cuidados próprios de uma planta a desenvolver-se. Nunca é de mais lembrar que o Cíclame prefere a sombra ao sol direto, mesmo que se encontre por detrás do vidro de uma janela.


Cíclames em canteiro - Lisboa, Avª. da Liberdade
Em jardins onde existam árvores podem plantar-se Ciclames junto aos troncos das mesmas, desde que penetre alguma luz por meio dos ramos. São plantas que se encontram normalmente na natureza, nas florestas mais antigas, sobretudo o Ciclame mais pequeno, e fica muito bonito ver crescer primeiro as flores em forma de borboleta, nas cores maravilhosas próprias desta espécie e mais tarde as folhinhas escuras, junto dos caminhos ou na base dos troncos de árvores. O maior cuidado com estas plantas é dar a sombra e o descanso de que necessitam durante o tempo mais quente e ir tirando as folhas que vão secando e as flores à medida que vão murchando. Pouco mais pedem...

[1] Não se trata de um verdadeiro bolbo, é mais parecido com um tubérculo que passaremos a designar por bolbo, daqui em diante, por facilidade de expressão;

fevereiro 21, 2014

BOLBOS (Tulipas, Jacintos, Amarílis, Scilas, etc...)


É Fácil Cultivar BOLBOS!
Desde que se respeitem algumas regras básicas, é fácil cultivar bolbos! Para além do colorido e da variedade das espécies disponíveis que dão grande vivacidade a um jardim, alguns bolbos podem inclusive ser plantados em vasos ou em contentores e, obedecendo a algumas regras essenciais, chegam a florir dentro de casa.

Lírio
Para além de água, um bolbo não necessita de mais cuidados! Quando é de boa qualidade o bolbo contem dentro de si um mecanismo altamente desenvolvido de armazenagem de alimentos que, quando plantado no solo, o torna praticamente independente de tudo excepto de água.
Mesmo após um período longo de dormência, sujeito à seca, à geada ou ao calor intenso, na Primavera um bolbo volta à vida e frequentemente repete o seu ciclo vegetal, ano após ano. Os bolbos podem ainda ser utilizados ao longo de todo o ano, dependendo do tipo de bolbo, o que permite manter um jardim constantemente florido.
Tipos de Bolbos e Época para a Plantação
Existem três tipos de bolbos, consoante a época em que dão flor: Bolbos de Primavera, de Verão e de Outono. Alguns são bem conhecidos de toda a gente, mas conhecer melhor o respectivo ciclo de vida permite-nos planear e organizar com maior eficiência  o seu cultivo e duração. 
Em Portugal, os bolbos de Primavera mais populares são as Túlipas, os Narcisos, os Jacintos, os Crocus e os Alliums. Também os Amarílis e os Íris. Em comum, todos têm o facto de necessitarem de um período de frio debaixo do solo para que o relógio biológico inicie a contagem decrescente. Por esta razão plantam-se no fim do Outono ou no início do Inverno, após terem permanecido uns dias guardados no frigorífico e passam todo o Inverno sem dar sinal de vida. Quanto mais frio for o Inverno melhor para este tipo de bolbos. Em zonas de geada deve tapar-se o solo acima do bolbo com alguma proteção do tipo caruma, folhas secas, casca de pinheiro, etc.
Amarílis
Os bolbos de Verão em Portugal são as Dálias, as Begónias, os Lírios, os Gladíolos e os Jarros. Plantam-se no fim da Primavera e dão flor alguns meses depois. Dão-se bem em geral em todo o tipo de climas, mas como são pouco resistentes às geadas e aos Invernos frios, nas regiões onde as temperaturas são mais baixas, tiram-se do jardim e guardam-se. Depois da floração, espera-se até a folhagem ficar toda amarela, altura em que o bolbo armazena o alimento e só depois se cortam as folhas rentes ao solo. Tira-se o bolbo do chão e guarda-se num local fresco e seco, entre palha ou caruma, para voltar a ser enterrado na próxima estação.
O bolbo de Outono mais conhecido é o Crocus e planta-se no Verão. Quando todas as plantas de flor iniciam o seu repouso, este bolbo enche-se de cor dando vida ao jardim.
Como Comprar?
Para além de ser indispensável respeitar o período indicado acima para plantar os bolbos, há ainda que conhecer a época em que devem ser comprados, para que não percam qualidades. Assim, os bolbos de Primavera devem ser comprados em Setembro, os de Verão compram-se no fim de Março e os de Outono compram-se no início do Verão. As grandes superfícies de do-it-yourself em Portugal começam a vender em regra por volta de setembro/outubro, mas atenção ao que vai comprar. leia sempre no verso da embalagem qual a melhor altura para plantar, não guarde o bolbo em casa mais do que um ou dois meses e cumpra com as instruções indicadas.
Que Fazer Depois da Floração?
A maior parte dos bolbos naturalizam-se e tornam-se plantas perenes, voltando a florir durante anos seguidos no mesmo local. Para que isso aconteça, as folhas devem cumprir o processo completo de fotossíntese e outros, que se destinam a armazenar o alimento necessário para que o bolbo se regenere. Durante este processo nascerão novos pequenos bolbos embrionários junto do original. É um processo que ocorre durante as semanas que se seguem  ao desaparecimento da flor.
Esta a razão porque as folhas não devem ser cortadas cedo demais e mesmo depois de terem desaparecido os bolbos que ficam no chão continuam o seu processo de recuperação para o próximo ciclo e não devem ser perturbados. Antes de os cobrir com terra, ponha uma rede de galinheiro que evitará danos involuntários ou os ataques de pequenos animais. Se necessário marque com uma etiqueta o local do bolbo, porque não vai ter sinal dele durante uma temporada longa.
Narciso
Existe um relógio biológico que permite aos bolbos despertar todos os anos para um novo ciclo, criando raízes, rebentos e folhas, dando flor e morrendo para entrar em dormência novamente. No caso do bolbo de Primavera, logo que é plantado no Outono inicia o processo de desenvolvimento embrionário das folhas e das flores, desenvolvendo rapidamente raízes e um caule, que cresce até ficar abaixo da superfície do solo, altura em que pára de crescer por um tempo à medida que a temperatura exterior desce. Quando a temperatura volta a subir, retoma o processo de desenvolvimento, rompe a superfície do solo, dá flor por um período de tempo relativamente curto e volta a morrer e a entrar em dormência.
Alguns bolbos conseguem armazenar nutrientes suficientes para alimentar não só a planta mas também a flor e as folhas durante todo o ciclo e por esta razão, alguns bolbos desenvolvem-se fora do solo, mesmo quando não foram convenientemente plantados na época própria. São quase auto suficientes.
Como Forçar um Bolbo para que dê Flor
Do mesmo modo, se plantar por exemplo bolbos de Narcisos numa taça com água e alguns seixos, desenvolver-se-ão e darão flor, mas dado que o meio não lhes permite reconstituir o stock de nutrientes, não darão flor na época seguinte. Podem até nem voltar a florir.
 
Jacinto
Os Jacintos são extraordinariamente aromáticos, podendo o perfume causar mau estar a algumas pessoas. Podem ser cultivados dentro de casa, em vasos baixos e largos, com uma mistura de terra e areia suficiente para desenvolverem raízes, produzindo um efeito muito decorativo em cima de uma mesa. Pode ainda ser aplicada uma técnica para forçar a floração do Jacinto, cujo inconveniente é impedir que a planta volte a florir tão cedo.

Scilla
Coloque o bolbo num jarro pequeno com um gargalo estreito por forma a que o bolbo fique com a terça parte inferior dentro de água. Tape-o com um cartuxo de papel pardo ou outro semelhante e deixe ficar guardado dentro de um armário num sítio escuro e protegido até Janeiro. Periodicamente tire o cartuxo e acrescente um pouco de água morna tendo cuidado para não perturbar as raízes nem molhar excessivamente o bolbo.
Verificará que as raízes romperão por volta da 4ª. ou 5ª. semana e que o caule ou “borboto” que lhe dará origem nascerá uns 15 dias depois, sensivelmente. Quando o caule atingir os 6 cm tire o cartuxo e uma semana depois traga o bolbo para a luz, onde as folhas se desenvolverão. Se tudo correr bem, em breve terá um magnífico “cacho” de lindas flores coloridas e cheias de perfume durante uns dez dias.

Este bolbo não voltará porém a florir tão cedo, dado que foi forçado desta maneira.

21-02-2014 

fevereiro 12, 2014

PEÓNIA (Paeonia lactiflora)

Nome Comum: Peónia
Família: Paeoniaceae (Família das peónias)

Descrição:
Planta herbácea perene com altura aproximada de 60 a 75 centímetros, possui ramos semi-lenhosos que por vezes se desenvolvem a partir de rebentos que crescem na base da planta (comummente conhecidos por 'ladrões'). Os ramos laterais desenvolvem-se proporcionando uma largura que chega aos 20 a 30 cm. As raízes são grossas e tuberosas. As folhas são recortadas, de cor verde escura por cima e acinzentada por baixo, ovaladas e em número de nove em cada seção, cada uma com pontas profundamente serrilhadas e pontiagudas.
As flores surgem em cada ramo na primavera, em número variado e têm o feitio de uma taça com 8 a 12 cm de largura e 8 a 10 pétalas, podendo ter cor branca, rosa, vermelho ou salmão, com estames amarelos. Podem ser perfumadas ou não e quando atingem a maturidade, possuem uma cápsula na base que constitui o fruto onde as sementes se abrigam. Algumas flores têm pétalas dobradas.

Muitas variedades possuem uma mancha roxa na base de cada uma das pétalas, proporcionando um efeito deslumbrante. Existem imensos cultivares disponíveis no mercado, embora em Portugal esta planta não seja muito fácil de encontrar nos viveiros mais conhecidos.

Localização:
Esta planta, também conhecida por Peónia Chinesa, provém da Ásia central, principalmente das regiões montanhosas da China, Mongólia e Sibéria.

Cultura:
Quando adquiridas com raiz as plantas devem ser plantadas com a cicatriz do enxerto abaixo da superfície uns 12 a 15 cm, para que as novas raízes se possam desenvolver com abundância. À medida que as flores murcham, deixe secar o cálice que contém as sementes, mas corte as folhas secas para que não atraiam fungos.
 
Luz: Estas plantas necessitam de sol direto ou quando muito sombra parcial. Nos climas muito quentes, prefere alguma sombra nas horas de maior calor.
 
Humidade: As peónias gostam de solo fértil, húmido mas bem drenado. Exigem água em abundância no período inicial de crescimento e devem ser fertilizadas no início da primavera, para que as flores possam ser grandes e em abundância. Toleram solos mais calcários.

Resistência: Dão-se bem em zonas de clima continental moderado. Esta herbácea perene desaparece completamente no inverno e regressa de novo no início da primavera, necessitando de um período frio para voltar a emergir e florir de novo. Durante o período de frio dão-se bem com temperaturas abaixo dos 4,4º C por cerca de dois meses, o que em Portugal não acontece com frequência. Enquanto estão dormentes gostam mais do tempo frio do que quente, razão pela qual elas nem sempre dão flor e podem ser atacadas por fungos, justamente por causa do calor e da humidade. Por outro lado, nas regiões muito frias, deve cobrir-se o solo com folhas, caruma ou aparas de pinheiro junto ao caule, para proporcionar proteção às raízes.
 
Propagação: a reprodução faz-se por semente, mas este processo leva 2 ou 3 anos a dar resultados que nem sempre correspondem à planta de onde as sementes provieram, por se tratar de cultivares. A melhor maneira de propagar peónias é dividindo as raízes tuberosas e replantar as divisões durante o tempo frio, nunca antes do inverno começar. Os chamados “olhos” devem ser plantados a uma profundidade de 5 cm, para que a planta não deixe de dar flor. Na primavera, as estacas retiradas dos caules mais tenros e que se encontram em crescimento, fertilizadas com um pó próprio para esse fim, depois plantadas em solo meio húmido, desenvolvem-se bem, se não no primeiro ano, logo no segundo ano. 

Utilização:
As peónias são de manutenção fácil, vivem anos seguidos (podem ir até aos 50) e são ideais para crescer misturadas em sebes, junto a arbustos ou em canteiros com plantas perenes variadas. Têm uma folhagem muito atrativa e elegante (que por vezes muda de cor no outono) assim como flores de uma beleza espetacular, possuindo quando atinge a maturidade frutos muito curiosos. As variedades mais altas, especialmente aquelas que possuem flores maiores e dobradas, necessitam quase sempre de uma estaca ou de uma cana para suportar o peso e não tombarem com o vento, danificando a planta.


Nas flores para colocar em jarra, deve escolher-se um botão quando este começar a abrir e mantê-lo em local seco e fresco durante as primeiras 24 horas, sem água; depois, corta-se 1 cm da base no pé, antes de colocar a flor em água. Há mais de 2.000 anos várias partes desta planta eram utilizadas para fins medicinais tanto na Ásia como na Europa, existindo hoje em dia pesquisas variadas a partir dos extratos retirados desta planta para utilização em medicina.

Características:
Conhecida como “a rainha das flores”, estas plantas ornamentam há séculos jardins de rara beleza em todo o mundo. Por regra são dos exemplares mais populares na Europa (desde o sec. XVII) e da América do Norte onde passaram a ser conhecidas a partir do século XIX.

Alerta:  Aparentemente todas as partes desta planta são ligeiramente tóxicas pelo que não devem ser ingeridas sob nenhuma forma.